Lava Jato – Operação Favorito: 17 pessoas são denunciadas por fraude na Saúde.
O bombeiro Maxwell Simões Correa foi preso na manhã de hoje sob suspeita de envolvimento no Caso Marielle Franco, vereadora do Rio assassinada em março de 2018. Ele foi alvo de um mandado de prisão na Operação Submersus 2, realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. De acordo com o MP, o bombeiro de 44 anos teria tentado “atrapalhar de maneira deliberada a investigação”.
Conhecido como Suel, ele é suspeito de ter ajudado a esconder armas que pertenceriam a Ronnie Lessa, um dos acusados de matar a vereadora e seu motorista Anderson Gomes. A força-tarefa afirma que Maxwell é o braço-direito de Ronnie Lessa.
Maxwell chegou à Delegacia de Homicídios por volta das 7h40 após ter sido preso em sua casa, uma mansão de três andares, em um condomínio de luxo, no Recreios dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. Na porta da mansão ainda foi apreendida uma BMW X6, avaliada em R$ 170 mil.
Além do mandado de prisão, a operação cumpre mandados de busca e apreensão em dez endereços na cidade do Rio ligados a Maxwell e a outros quatro investigados. Chamada de Operação Submersus 2, a ação tem como foco a ocultação de armas usadas por Ronnie Lessa.
O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, que comandou a operação e é diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, afirmou hoje que espera que a prisão dos mandantes do crime ocorra ainda neste ano. “Nós trabalhamos intensamente analisando dados de informática e temos expectativa muito positiva de, até o final do ano, solucionarmos essa investigação.”
Armas foram escondidas em carro de bombeiro, diz MP
Em entrevista na entrada da delegacia, a promotora Letícia Emili Alqueres Petriz, do Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), informou que “o bombeiro está sendo investigado por ceder o carro para que várias armas que estariam na casa de Lessa fossem escondidas e, posteriormente, jogadas ao mar”. As armas seriam de uso restrito e pertenceriam a Ronnie Lessa.
De acordo com a investigação, os objetos foram jogados no mar no dia seguinte à prisão do acusado, em março de 2019. “O carro estava na posse do Maxwell. A participação dele foi ter cedido o carro para o transporte das armas”, informou a promotora.
O delegado Antônio Ricardo Nunes confirmou a participação do bombeiro no sumiço das armas. “Esse agente público participou diretamente do descarte das armas no mar da Barra da Tijuca quando foram realizadas aquelas prisões que foram noticiadas anteriormente.
Por isso está sendo preso”, explicou Nunes. Segundo o Ministério Público, Maxwell agiu em comunhão de ações com os já denunciados Elaine Pereira Figueiredo Lessa, mulher de Ronnie, Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, José Marcio Mantovano e Josinaldo Lucas Freitas.
Os objetos estavam armazenados em um apartamento utilizado pelo ex-policial e foram posteriormente descartados em alto mar, segundo o MP.
Nunes confirmou a proximidade de Maxwell com Lessa. “Ele era uma pessoa muito próxima ao Lessa, nós já sabemos disso, temos elementos de convicção que noticiam essa proximidade”, garantiu o delegado, antecipando que o bombeiro também deve ser investigado por ter bens incompatíveis com sua renda como agente público. “Ele não tem rendimentos compatíveis com seu padrão de vida.
Além da investigação que está em curso, que ele está respondendo preventivamente, ele também poderá responder por lavagem de dinheiro por conta de todos esses indícios de bens incompatíveis com seu rendimento”, disse Nunes.
Participam da Operação Submersus 2 o Ministério Público do Rio, por meio do Gaeco e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), a Corregedoria do Corpo de Bombeiros e a Delegacia de Homicídios da Capital. A decisão foi proferida por juiz da 19ª Vara Criminal da Comarca da cidade do Rio de Janeiro.
O Corpo de Bombeiros do Rio informou que aguarda informações sobre o processo para abrir procedimento interno.
O que diz a defesa do bombeiro preso na operação O advogado Leandro Meuser, que representa Maxwell, contestou a versão de que os bens dele são incompatíveis com a sua renda.
Segundo ele, o bombeiro tem empresa própria e poderia comprovar a renda complementar com extratos do imposto de renda. Mauser não soube contudo detalhar qual atividade seu cliente desempenhava. “Se ele for acusado de lavagem de dinheiro, a renda dele vai ser comprovada no momento apropriado”, disse. Segundo o defensor, a casa onde Maxwell mora, avaliada em R$ 1,9 milhão, é alugada.