Operação Tropeiros. PF prende três em operação contra tráfico internacional de drogas.
Associação para o tráfico de drogas. Estabilidade e permanência. Descabimento.
Anestesista colombiano vai ficar em cela individual no presídio de Benfica
Defesa de Andres Eduardo Oñate Carrillo pediu que ele ficasse em local mais seguro, por conta da repercussão do caso.
O anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, vai ficar em uma cela individual da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18), pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), e a medida atende à solicitação da juíza Mariana Tavares Shu, que manteve a prisão do médico durante audiência de custódia nesta terça-feira (17).
Na sessão, o advogado do estrangeiro, Mauro Fernandes da Silva, requereu a transferência de Carrillo para um lugar mais seguro, por conta da repercussão do caso. Em sua decisão, a juíza pediu à Seap a acautelação do preso em local que garanta sua integridade física, devido à natureza e gravidade dos fatos. A magistrada também solicitou que o anestesista faça novo exame de corpo de delito, após ele ter reclamado que as algemas estavam muito apertadas e teria ficado com marcas nos braços.
Na audiência de custódia, a juíza determinou que o estrangeiro deve ser encaminhado para atendimento médico, já que faz uso de remédio controlado para tratar transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e depressão. O colombiano foi preso na última segunda-feira (16), em sua casa na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, por estuprar, pelo menos, dois pacientes durantes procedimentos cirúrgicos.
Os dois casos aconteceram no Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, na Região dos Lagos, em 15 de dezembro de 2020, e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, em 5 de fevereiro de 2021. Andres confessou os abusos em depoimento.
Durante as investigações, os agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) ainda constataram que o colombiano mantinha armazenado em seus compartimentos eletrônicos, aproximadamente 20 mil arquivos contendo imagens de abuso sexual envolvendo menores. A análise do material chamou atenção pela gravidade e quantidade, que incluíam até bebês recém nascidos.
A especializada também passou a apurar a possibilidade do anestesista ter feito uma terceira vítima, já que ontem, o pai de uma criança procurou a delegacia após saber da prisão do estrangeiro. O homem desconfia que seu filho possa ter sido abusado, porque o menino ficou sozinho com o médico em uma ocasião, após ele alegar que era um procedimento necessário. Além dele, prestou depoimento a chefe de anestesia do Hospital Estadual dos Lagos, que relatou que o comportamento de Andres nunca levantou suspeitas.
As oitivas de mais testemunhas das investigações do caso são aguardadas na delegacia nesta quarta-feira. Andres chegou ao Brasil em 2017, dois anos depois de ter se formado na Universidade de Magdalena, em Santa Marta, na Colômbia. O anestesista fez residência médica em anestesiologia e, de acordo com o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), na época dos casos em que foi denunciado, Carrillo não possuía CRM e atuava de forma irregular.